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sexta-feira, 22 de março de 2013

Sete dicas para uma vida sexual saudável


O mundo de hoje com sua correria, pressões, exigências profissionais, familiares e sociais é um local onde estamos sempre correndo, estressados, ansiosos, muitas vezes, angustiados com o que deixamos ou não conseguimos fazer, resolver ou dar conta… Dessa forma, o século 21 é uma época onde, cada vez mais, multiplicam-se os factores que podem acabar com uma vida sexual saudável, como stress, impaciência, falta de comunicação, entre muitos outros.
Entretanto, podemos apontar algumas dicas que podem tornar menos dolorosa a tarefa de tentar construir uma vida sexual mais prazerosa e saudável.
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1- Relaxe. O stress é um peso pesado quando se trata da relação sexual. Levar para a cama as preocupa
ções e problemas não dá bom resultado.Como solucionar isso? Tenha um estilo de vida saudável, com uma dieta equilibrada, exercício e boas noites de sono. Vai sentir-se bem melhor!
2- Não tenha medo. Estar ansioso/a pela relação sexual, quando deseja ter uma boa performance, pode resultar numa grande inibição e menos desejo sexual. Deixe-se levar pela paixão e não tenha medo de falhar.
3- Comunique. E aqui falamos do relacionamento com o/a namorado/a. A relação pode ficar um pouco agitada quando há problemas e isso pode resultar em conflitos  que acabam com o desejo. A solução passa por falar sobre esses problemas, para poder resolvê-los.
4- Não fale de relacionamentos anteriores. Nunca. Se o fizer, comece a preparar-se para discutir. Falar de ex-namorados/as nunca dá bom resultado, por isso evite fazer qualquer referência, ainda mais quando se trata de algo sexual. Deve fazer o outro ver que ele/ela é a única pessoa com quem você quer estar.
5- Durma bem. Distúrbios de sono podem ser uma verdadeira dor de cabeça numa casal. Casos de insónias, ressonar, problemas de respiração, pode, resultar na redução de desejo sexual. Desligue a tv, deite-se cedo.Uma boa noite de sono faz com que tenha mais energia e aumenta o desejo sexual. 
6- Medicamentos. Alguns medicamentos têm efeitos negativos, podendo cortar o desejo sexual, já que podem produzir menos testosterona e androgênio, como vários medicamentos que são usados no tratamento de quadros de pressão alta, onde os betabloqueadores podem acabar trazendo limitações já que dificultam a ereção ou ejaculação. Estes efeitos indesejáveis, porém, são perfeitamente contornáveis com orientação médica. Se estiver tomando alguma medicação, não pare sem indicação do médico.  Procure saber é se essa medicação tem efeitos secundários que possam perturbar a relação sexual.
7-Deixe de fumar…e beber. Como qualquer outro vício, além de fazer mal à saúde, pode criar algumas dificuldades na área sexual, uma vez que reduzem o apetite/desejo a a longo prazo. O tabaco pode dificultar a ereção, devido ao fumo, que faz aumentar a pressão arterial, bloqueia as artérias sanguíneas dos orgãos sexuais, dificultando a erecão. Por isso, deve-se reduzir a quantidade de tabaco e álcool, como uma boa dica para uma vida sexual longa e saudável.
* Marcelo Bernstein é jornalista e também atua como psicanalista e terapeuta sexual. Ele pode ser contatado através do e-mail marcelobernstein@hotmail.com e dos telefones (21) 2290-9324/2260-7976/2494-5896/2494-7902 ou (21)7228-4649

segunda-feira, 18 de março de 2013

Clínica social - Psicanálise e Terapia Sexual - Início das atividades


Para quem estiver pensando em fazer análise, mas acha que fica inviável porque psicanálise normalmente tem um custo mais alto do que outras abordagens psicoterápicas, estou começando o atendimento em regime de CLÍNICA SOCIAL, tanto na Penha quanto no Downtown. 
A idéia exatamente é poder atender todos os que querem lidar com suas questões, limitações e inquietações, de forma acessível a qualquer pessoa, independente de seus recursos ou disponibilidade financeira, até porque não podemos condicionar nosso bem-estar emocional e psíquico ao fato de ter ou não recursos extras para isso.
É só ligar para os meus telefones (que estão abaixo) e marcar...
Downtown (Barra) - 2ª feira - das 14:00 às 19:00 (a partir de 04/02) - bloco 16/107 - tel.: 2494-5896/7902
Penha - Monsenhor Alves da Rocha (perto da Igreja da Penha) - 3ª feira das 13:00 às 17:00, 4ª feira das 13:00 às 18:00 e 5ª feira das 13:00 às 18:00 - tel.: 2260-7976/2290-9324 - Celular: 7228.4649

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Quer tirar suas dúvidas sobre sexo? Veja as respostas para algumas das perguntas mais comuns...



Já ficou pensando ou, mesmo, ficou meio angustiada achando que é a única pessoa a não ter prazer no sexo anal ou que parece não ter mais muita vontade para transar? Esses problemas atingem mais mulheres do que pensa, mas há solução...
Sente-se desconfortável, desanimada ou triste no que diz respeito à sua vida sexual? Tem dúvidas ou medos? Saúde, Mente e Corpo responde às questões mais frequentes, dá dicas e apresenta soluções para que o sexo continue a ser fonte inesgotável de prazer. Leia atentamente e acabe com os problemas.

Dores fortes na penetração
As dores que acontecem durante as relações sexuais podem ser causadas por vários fatores psicológicos, entre eles o não se sentir à vontade com o parceiro, não encarar o sexo como algo que lhe dá prazer ou ter um sentimento de culpa durante o ato. Existem ainda problemas típicos da mulher como o vaginismo, uma contração muscular involuntária, que impede a penetração do pénis. Outro problema apontado é a dispareunia, uma dor que surge nos órgãos genitais durante ou depois das relações sexuais, devido a lubrificação insuficiente.

Ter prazer no sexo anal
A mulher só deve experimentar o sexo anal quando se sentir preparada para isso, já que a sexualidade é uma aprendizagem que vem aos poucos. A primeira vez pode ser dolorosa e estranha e, se não gostar, fale com o seu parceiro sobre isso. Antes do ato, devem ser tomadas algumas medidas preventivas: o uso do preservativo é fundamental para evitar a AIDS e as DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis), além de outras infeções causadas por microrganismos que ficam no ânus. Como tal, se fizer sexo vaginal a seguir ao anal, peça ao seu parceiro para lavar o pénis com água e sabão.

Ejaculação feminina existe?
Algumas pesquisas dizem que é possível que, no momento do orgasmo, algumas mulheres consigam expelir um líquido claro e inodoro. Normalmente, acontece em mulheres que atingiram orgasmos múltiplos ou orgasmo através da estimulação vaginal. Contudo, este líquido não interfere em nada no aumento ou diminuição do prazer.

Proteção no sexo oral Sempre!
O preconceito ainda é muito em relação ao uso de preservativo no sexo oral, mais “mais vale prevenir do que remediar”. Pode sempre optar por “camisinhas” com sabor a morango, banana e por aí fora. Esta prática transmite o vírus HIV e as DST.

Orgasmo quanto mais melhor!
Para ter bons orgasmos, a mulher precisa de conhecer bem o seu corpo e tirar o maior partido dele. Esse “jogo” pode ser feito através da masturbação. Por outro lado, fale com o seu companheiro, diga-lhe o que mais gosta que ele lhe faça. Não esqueça os preliminares. A estimulação antes da penetração, facilita muito o orgasmo e permite que este seja maravilhoso!

Mais lubrificação
É na fase dos preliminares que a mulher fica mais lubrificada. Mexer com delicadeza no clítoris, nos lábios e na vulva, permite atingir com mais facilidade o orgasmo na penetração. Quando o casal se solta, a imaginação não tem limites. Apesar de tudo, os preliminares podem não resultar. Se isso acontecer, abuse do gel lubrificante.

Período fértil
Chama-se período fértil o per[iodo no qual a mulher ovula e, nesta fase, ocorre a liberação de um óvulo 14 dias antes da menstruação. Durante esta altura, ocorrem muitas transformações no organismo, como inchaço, retenção de líquidos, náuseas, secreção vaginal tipo “clara de ovo”, ente outras. Nesta fase, a hipótese de a mulher engravidar aumenta 30%.

Aumentar o desejo
Quando se analisam as questões sexuais, é preciso saber se existem infeções vaginais, problemas hormonais, menopausa, etc., já que tudo isto pode alterar a líbido da mulher. Quanto aos fatores emocionais... dominam. Como a cabeça controla tudo, pode existir algum trauma no relacionamento que afete o desejo. A melhor solução é falar com o seu companheiro. Beijos, “dentadinhas”, abraços e muitos mimos também podem ser o segredo!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Quer fazer sexo, mas não sabe como ou com quem? Entre no Bang with Friends e escolha o amigo com quem você quer transar…

Sexo sob demanda e entre amigos. Esta parece ser a tendência destes tempos pós-modernos, onde as pessoas estão conectadas todo o tempo, mas prevalece a solidão o mundo real, onde o contato físico, intimidade e relações afetivas estáveis são práticas quase que esquecidas ou, talvez, para alguns quase pré-históricas nestes tempos de amor líquido, como já comentei em alguns dos meus artigos anteriores nesta coluna.
Uma era onde é mais fácil deletar, do que tentar resolver obstáculos e conflitos dentro dos relacionamentos, onde todos estão ligados a todo mundo, mas poucos conseguem estabelecer relações estáveis e saudáveis, seja do ponto-de-vista afetivo ou sexual.
Um bom exemplo dessas novas relações é um aplicativo que está ganhando uma certa popularidade no Facebook, o Bang with Friends (Faça sexo com seus amigos, em uma tradução livre para o português). O aplicativo criado exclusivamente para esta rede social permite aos usuários escolher parceiros com quem gostariam de ter relações sexuais, entre o leque de seus amigos (e amigos dos amigos…) a quem estes usuários estão conectados. Quando o usuário passa a fazer parte do Bang with Friends, ele visualiza a lista de amigos do Facebook e escolhe quais são seu potenciais objetos de desejo, ou seja, com quem ele gostaria de manter relações sexuais. Se houver correspondência de um outro usuário que o tenha incluído na sua lista de objetos de desejo, o aplicativo manda um e-mail para ambas as partes para que possam interagir diretamente e combinar os detalhes deste novo tipo de encontro sexual.
Segundo os criadores, três jovens da Califórnia que preferem se manter no anonimato, este é um aplicativo para o namoro dessa geração de jovens pós-modernos, uma versão mais juvenil e mais direta de outros tantos sites de relacionamento já existentes como o Harmony, Par Perfeito etc. A diferença é que nestes sites, pessoas de várias faixas etárias procuram encontrar possíveis parceiros para relações afetivas, não apenas relações sexuais, como parece acontecer do Bang with Friends, nas palavras de seus criadores em uma entrevista recente. Como disseram os rapazes à revista Veja, “queremos um aplicativo de namoro para nossa geração. Não devemos ter vergonha de nossa vontade”.
Isso me leva a pensar que, neste novo mundo de relações digitais e fluidas está se criando uma nova geração, que prefere lidar com os relacionamentos virtuais que, à diferença dos relacionamentos reais; pesados, lentos e confusos, são muito mais fáceis de entrar e sair; eles parecem inteligentes e limpos, fáceis de usar, compreender e manusear. Quando o interesse acaba, ou a situação chega a determinado ponto que exige, pelo menos, elaboração, sempre se pode apertar a tecla “delete”. Não sem consequências psíquicas ou com tanta leveza quanto se aparenta, já que a modernidade não chega com esta velocidade ao psiquismo.
Consequências que estão ligadas a este novo padrão de comportamento de uma geração que se considera mais moderna, mais descolada, mais esperta, que as gerações anteriores (na visão deles, somos mais parecidos com os Flintstones do que com os Jetsons). Mas, que no final das contas está ligado à necessidades básicas como enquadrar e se encaixar, ser desejado e amado. Objetivos cultuados de forma praticamente compulsiva, nestes tempos pós-modernos, criando uma pressão social crescente dentro de uma sociedade, onde as pessoas precisam corresponder a estes atributos para que possam se sentir aceitas, amadas, desejadas e acolhidas, já que vivemos em uma sociedade que só valoriza os “vencedores” e praticamente condena ao exílio social aqueles que não se enquadram nestes padrões, os chamados “perdedores”.
O que nos leva a pensar se não chegaremos a assistir a um futuro como que são vislumbrados em filmes como Blade Runner, onde a solidão é vista como um fato concreto, dentro de uma sociedade altamente interconectada, e outros do gênero, onde vamos precisar redescobrir a como nos relacionar uns com os outros, de forma concreta, real e pessoal e não apenas como parte de enormes legiões de amigos virtuais.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Boston Medical Group condenado a indenizar homem que ficou impotente

É preciso ter cuidado com os que prometem soluções milagrosas para problemas como disfunção sexual e acham que tudo se resume a pílulas, injeções e intervenções cirúrgicas...nem sempre (aliás, na maior parte das vezes) o problema está no físico...normalmente a chave está dentro de nós, no nosso psiquismo massacrado destes tempos pós-modernos...
Leiam a matéria na íntegra no Terra Notícias

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Como nosso cérebro toma decisões

Este é um artigo bem legal da revista Mente e Cérebro, que pode ser lido na íntegra no endereço
http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/primeiro_sentimos_depois_julgamos.html


Vale a pena dar uma lida....

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Por quê escolhemos as pessoas erradas? Evite o “dedo podre” na escolha do parceiro…


Quantas vezes nos vemos em uma relação com alguém onde, depois de algum tempo, começamos a perceber que talvez a relação possa ter mais problemas do que se poderia esperar (ou imaginar) e que a nossa "cara-metade" talvez não seja a pessoa que imaginamos quando iniciamos este relacionamento. Problemas como ciúmes obsessivos, instabilidade emocional, quadros depressivos crônicos, instabilidade da relação afetiva e mesmo adicções como jogo, alcoolismo e outras substâncias ou até mesmo dependência afetivo-sexual.
Estes desencontros relacionais, também conhecidos popularmente como "dedo podre", são resultantes das escolhas que fazemos baseados em nossos históricos afetivo-familiares, em necessidades que desenvolvemos em termos afetivos e na importância da construção e manutenção de referências pessoais importantes para nossa auto-estima, identidade pessoal, como questões fundamentais em nossos esforços permanentes para manter a integridade e a saúde do nosso aparelho psíquico.
Históricos pessoais que estão diretamente ligados a nossa própria história familiar, que vai criar (ou não) as bases para o preenchimento saudável de necessidades psíquicas básicas do ser humano, como o desenvolvimento de mecanismo narcísico adequado para proteger e estimular aspectos fundamentais como uma auto-estima saudável e bem integrada com uma capacidade de criar ligações ou relacionamentos afetivos ou amorosos também saudáveis (sem a necessidade de fazer qualquer coisa ou de se anular para poder ser amado ou acolhido). Relações capazes de preencher necessidades afetivas básicas como enquadrar e se encaixar, ser desejado e amado.
Eu tenho constatado uma outra característica comum aos chamados casos de "dedo podre", que é o fato da repetição continuada destes padrões de desencontro relacional, onde a relação passa necessariamente pela escolha de um parceiro "problemático". Isso porque, na verdade, estamos reproduzindo padrões e comportamentos disfuncionais de pessoas que estiveram à nossa volta durante a infância e/ou adolescência. Nós acabamos buscando pessoas que reproduzem padrões de personagens que estiveram presentes em nossas vidas, nestes períodos, e que trouxeram algum tipo de marca traumática para o nosso psiquismo.
Quando reflito sobre esta questão destes desencontros ou "dedo podre" me remeto a um dos artigos do psicanalista e professor da UFF, Daniel Kupermann, que comenta que “esses quadros indicam `uma forma de personalidade feita unicamente de id e superego, e que, por conseguinte, é incapaz de afirmar-se em caso de desprazer’”. Kupermann comenta ainda no mesmo artigo que “é a emergência do abandono, efetivamente, o que causará a `confusão de língua’ entre os adultos e a criança, obrigando a criança desamparada a se haver com o enigma aprisionador da culpa transmitido pela linguagem da paixão própria dos adultos martirizados”.
O psicanalista ainda aponta que “como efeito deste abandono, e por não poder prescindir do amor do agressor (por sua vez objeto privilegiado de amor de criança), a solução psíquica encontrada é a incorporação do agressor bem como de seu sentimento de culpa enigmático, que dá origem a uma clivagem através da qual a criança procura proteger a si própria. Ferenczi escreve: `tem-se nitidamente a impressão de que o abandono acarreta uma clivagem da personalidade. Uma parte de sua própria pessoa começa a desempenhar o papel da mãe ou do pai com a outra parte, e assim torna o o abandono nulo e sem efeito’”.
Essa busca e repetição, pode-se dizer neurótica, vai se traduzir em relações extremamente danosas do ponto de vista afetivo e psíquico para as pessoas envolvidas nestes relacionamentos. isso porque, no fundo procuramos preencher estas necessidades de amor, afeto e acolhimento ao buscarmos outros com o mesmo tipo de fragilidade psíquica e que nos permitam reproduzir estes comportamentos originados  em históricos de abandono ou abuso emocional (muitas combinado com o abuso físico) e em famílias com dinâmicas disfuncionais (onde, muitas vezes, constata-se a agressão constante a uma das figuras parentais, seja física, seja por comportamentos como traições regulares e constantes de um dos parceiros ou, mesmo de ambos).
Assim, muitas vezes, além de buscar parceiros que carregam problemas parecidos e, consequentemente, mais propensos a serem permissivos em relação a estes comportamentos, como também, muitas vezes, o comportamento de "dedo podre" também vai se revelar na tentativa continuada e até obsessiva de recriar uma imagem de núcleo familiar harmônico e ideal, "a chamada família Margarina Claybon" (aquela dos comerciais de margarina onde todos são felizes e permanentemente sorridentes).
Na verdade, a chamada "maldição do dedo podre", como é conhecido popularmente este tipo de padrão de relacionamento, é possível de ser rompido mas, para isso é necessário o mergulho em nosso psiquismo pessoal, seus traumas e histórico de desenvolvimeno, dentro de um quadro de trabalho psicoterápico que necessita ser realizado em base regular e contínua, como realizado no processo de psicanálise, através das diversas abordagens conhecidas hoje.


* Marcelo Bernstein é jornalista e também atua como psicanalista e terapeuta sexual. Ele pode ser contatado através do e-mail marcelobernstein@hotmail.com e dos telefones (21) 2290-9324/2260-7976 ou (21)7228-4649

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Sozinhos na multidão: A solidão na era das redes sociais


Solidão. Essa parece ser uma palavra recorrente e uma constante no comportamento das pessoas no século XXI, o século onde o ser humano nunca esteve, teoricamente, mais conectado aos seus semelhantes em toda a sua história, através do mundo digital da Web e das redes sociais.
Por mais estranho que possa parecer, ao mesmo tempo que a Internet abriu um mundo novo e revolucionou praticamente todas as formas conhecidas de relacionamento entre pessoas, comunidades e países, as pessoas nunca foram estiveram mais solitárias e nunca se registrou tantas ocorrências de doenças psíquicas como os diversos transtornos de ansiedade, comportamentos compulsivos originados de quadros de carência afetiva aguda e fratura narcísica, além do impressionante aumento de queixas de depressão, nos mais diversos níveis e sintomatologias.
Todos estão conectados, linkados e interligados aos outros através das redes sociais comoFacebook, Google+ e outras muitas plataformas existentes com a mesma finalidade (teoricamente): aproximar pessoas. Entretanto, nunca estivemos tão distantes da conexão real, entre as pessoas, seja afetiva ou socialmente. As pessoas hoje preferem passar mais tempo conectadas através do computador, tablet, celular ou qualquer outro dispositivo, móvel ou não, do que se encontrarem fisicamente para poderem interagir no mundo real.
No caso das famílias e dos grupos de adolescentes esse fenômeno chega a ser mais impressionante (ou diria, talvez, mais preocupante). Os núcleos familiares pós-modernos, por exemplo, dão nitidamente a impressão de que os pais e mães não tinham a exata noção da responsabilidade e do trabalho que é criar filhos, já que se cercam de verdadeiras entourages de babás e outros auxiliares, que se encarregam de cuidar destes herdeiros da sociedade do século XXI, sem que os pais precisem tomar conhecimento da presença dos pimpolhos, em muitos dos casos.Pode-se ter uma medida disso ao se observar comportamentos de famílias em restaurantes, grupos de adolescentes no shopping, amigos/amigas/colegas de trabalho almoçando juntos. Chega a ser impressionante o tempo dedicado por todos aos seus dispositivos eletrônicos para envio de mensagens ou e-mails, acompanhar as atualizações feitas pelos seus respectivos “amigos” e conhecidos nas diversas redes sociais, ao invés de dedicar o mesmo tempo para tentar desenvolver algum tipo de interação ou de conexão afetiva real.
Na verdade, além do exército de auxiliares domésticos, o arsenal destes pais pós-modernos é completado por um leque de dispositivos eletrônicos que servem como “babás” eletrônicas,smartphones e tablets, tudo isso com uma única finalidade: manter entretidos e quietos (o máximo possível) estes novos integrantes da sociedade da informação do século XXI, onde a realidade é substituída pelo espetáculo e a relação pessoal pela interação homem-máquina.
A cena resultante chega a ser cômica, se não fosse preocupante. As crianças, ao invés de se relacionarem e brincarem umas com as outras, passam a interagir umas com as outras  através de seus tablets e smartphones (dados por pais que não param para avaliar se os filhos já têm idade para serem expostos ao mundo digital desta forma), mandando mensagens (ao invés de conversarem ao vivo e a cores) entre si, jogando online (ao invés de brincarem umas com as outras). Com o adolescentes, a cena não é muito diferente, onde numa mesma mesa pode-se ver a interação sendo feita através dos mesmos smartphones e tablets, com o envio de mensagens de um para o outro (ao invés de tentar simplesmente conversar), ou através das atualizações de suas respectivas atividades no “Face” (diminutivo de Facebook, porque dá muito trabalho falar Facebook, segundo estes adolescentes cuja marca registrada é um imenso e constante cansaço).
A este panorama, de pessoas altamente conectadas com tudo e todos à sua volta e, por si só, bastante para desencadear a ansiedade e o aparecimento de neuroses diversas nesta sociedade global do século 21, adicione-se o surgimento de uma sociedade onde nunca se viu um contingente tão grande de solitários e de laços afetivos tão fluidos e instáveis, a era do chamado “amor líquido”. Uma era onde é mais fácil deletar, do que tentar resolver obstáculos e conflitos dentro dos relacionamentos, onde todos estão ligados a todo mundo, mas poucos conseguem estabelecer relações estáveis e saudáveis, seja do ponto-de-vista afetivo ou sexual.
Estas constatações, consolidadas pelas minhas observações do quotidiano das pessoas no Rio de Janeiro, são reforçadas por uma pesquisa feita por duas universidades alemãs e publicada recentemente pela Reuters, que mostra o Facebook como capaz de provocar infelicidade e solidão. Segundo os pesquisadores da Universidade Humboldt de Berlim, uma em cada três pessoas tiveram experiências negativas com a rede social e sentem-se solitários, frustrados ou com raiva.
Isso me leva a refletir que, neste novo mundo de relações digitais e fluidas está se criando uma nova geração, onde os relacionamentos virtuais, diferente dos relacionamentos reais; pesados, lentos e confusos, são muito mais fáceis de entrar e sair; eles parecem inteligentes e limpos, fáceis de usar, compreender e manusear. Quando o interesse acaba, ou a situação chega a determinado ponto que exige pelo menos elaboração, sempre se pode apertar a tecla “delete”. Não sem consequências psíquicas ou com tanta leveza quanto se aparenta, já que a modernidade não chega com esta velocidade ao psiquismo.
O que vemos é cada vez mais casos de pacientes com discursos fragmentados, ocorrências de dissociação de personalidade (um resultado nítido das alter personalidades tão usuais no mundo digital), quadros de carência afetiva aguda e comportamentos compulsivos diversos (muito provavelmente originados no abandono gerado pelos pais pós-modernos), além de transtornos de ansiedade e depressão, nos mais diversos níveis. Um mundo onde as pessoas não só estão mais sozinhas, como estão sozinhas, deprimidas, ansiosas (todas buscando aceitação, acolhimento, conexões afetivas e amor), compulsivas e, paradoxalmente, conectadas com o mundo. Ou seja, ao contrário do ditado, não basta estar sozinho, mas sozinho apesar de acompanhado.

O espelho quebrado de Narciso: As novas neuroses e as compulsões afetivo-sexuais no século XXI



Estava andando em um shopping aqui no Rio (na Barra da Tijuca, para ser mais exato) nestes últimos dias e consolidando uma percepção que tem sido cada vez mais aguda, para mim, nos últimos dez anos: a de como as pessoas estão ficando cada vez mais parecidas e parecem todas terem entrado na mesma forma. É uma verdadeira multidão de “quase residentes” permanentes em academias de ginástica, de barrigas “tanquinho”, de seios e nádegas que se transformaram em verdadeiras esculturas ambulantes de silicone e, com pouquíssimas exceções, praticamente uma multidão de louras (se não louras, com cabelos submetidos às experimentações químicas para clarear e deixá-los, pelo menos, com um certo brilho dourado). É, no mínimo, curioso para um país como o nosso, onde a morenice e a beleza natural sempre foram cantados em versos, prosa e canções como um de nossos grandes diferenciais, em relação a outros países mais louros e mais monocromáticos.
E não é que o Rio de Janeiro, um dos principais redutos destas qualidades tipicamente brasileiras, está se tornando quase uma nova Suécia (pasmem!!) de tal e tantos que são os espécimes louros (ou alourados) que se encontram a circular em diversas partes desta mui heróica e leal cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mais notadamente em alguns redutos específicos que parecem ser o habitat natural desta grande colônia “nórdica”, de frequentadores (quase moradores) de academias e de consultórios de estética diversos (dos mais simples procedimentos aos cirurgiões plásticos, nossos artistas pós-modernos do silicone).
Mas, estas constatações, na verdade, estão diretamente ligadas a uma série de reflexões que venho desenvolvendo ao longo dos últimos anos sobre os modelos de beleza, de comportamento, de afetividade e de relações sociais aos quais estamos submetidos nesta sociedade e cultura pós-moderna, onde se constata cada vez mais o aparecimento de indivíduos com estruturas psíquicas e identidades com alto nível de fragmentação, além de neuroses obsessivas e comportamentos compulsivos em um nível que poderia ser considerado, com certeza, preocupante.
O resultado disso é uma sociedade desde, pelo menos, os anos 90, cada vez mais “erotizada”, mais conectada (é a época da explosão do uso da Internet, em escala comercial e pelas pessoas físicas, não mais apenas por governos, universidades e instituições de pesquisa) e cada vez mais ansiosa e estressada, onde estes modelos se impõem com força e de forma irreversível, criando um padrão de comportamento e de estética com pessoas que precisam ser lindas (de preferência, louras), magras, malhadas e altamente sensuais para poderem se enquadrar dentro da imagem dos “vencedores” sociais cultuada pela nossa sociedade.
Enquadrar e se encaixar, ser desejado e amado. Objetivos que vêm sendo cultuados de forma praticamente compulsiva, criando uma pressão social crescente, onde as pessoas precisam corresponder a estes atributos para que possam se sentir aceitas, amadas, desejadas e acolhidas, já que vivemos em uma sociedade que só valoriza os “vencedores” e praticamente condena ao exílio social aqueles que não se enquadram nestes padrões, os chamados “perdedores”.

A este panorama, por si só, bastante para desencadear a ansiedade e o aparecimento de neuroses diversas nesta sociedade global do século 21, podemos acrescentar um quadro de uma sociedade onde as pessoas estão altamente conectadas com tudo e todos à sua volta, mas nunca tivemos um contingente tão grande de solitários e de laços afetivos tão fluidos e instáveis, a era do chamado “amor líquido”. Uma era onde é mais fácil deletar, do que tentar resolver obstáculos e conflitos dentro dos relacionamentos, onde todos estão ligados a todo mundo, mas poucos conseguem estabelecer relações estáveis e saudáveis, seja do ponto-de-vista afetivo ou sexual.


Um século onde o modelo disseminado pela mídia cria famílias cada vez mais disfuncionais, onde os filhos têm mais contatos com suas babás do que com suas mães, onde é mais fácil ver crianças se comunicando umas com as outras através de seus celulares e tablets, do que pessoalmente (e isso ao redor de uma mesma mesa de almoço, como se pode ver em vários restaurantes de shoppings do Rio, nos finais de semana). Ou seja, uma sociedade onde o abandono e o abuso emocional se tornam um fato recorrente e preocupante, já que o resultado disso são pessoas, com um profundo vazio emocional, com uma carência enorme de amor, aceitação e acolhimento, além da ocorrência crescente de quadros de neurose compulsiva e de comportamentos de dependência afetiva e sexual.
Um indicador concreto desse fenômeno tem sido o crescimento dos grupos de auto-ajuda como o DASA (Dependentes de Amor e Sexo Anônimos) e o MADA (Mulheres que Amam Demais) e do número de pessoas que passam a frequentar estes grupos, em busca de ajuda para conseguir lidar com seus quadros de adicção afetivo-sexual, capazes de destruir suas vidas, famílias e relações sociais e profissionais.
E de filmes como o Shame, onde o personagem principal vivido por Michael Fassbender apresenta um quadro de compulsão sexual aguda e uma total incapacidade de estabelecer relações afetivas estáveis, sem contar programas e séries de TV como Super Nanny e Sessão de Terapia, em uma cultura onde o espelho de Narciso está quebrado e mostra uma imagem não só não muito bonita de ver, mas um reflexo inquietante real desta nossa sociedade, transformada em sociedade do espetáculo.

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